REFORMA DA ALMA


"Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo."

1Coríntios 2.14-16

Reformas provocam muita bagunça!

Confesso que se não fosse pelo resultado final que espero e já vejo como se já existisse, eu já teria deixado de lado essa reforma desse apartamento. Aliás, nem mesmo teria começado.

São tantas caixas, tantas ferramentas e móveis fora do lugar, tantas latas de tinta... A previsão é terminar lá para terça ou quarta-feira próxima. Olhar para esse prazo e confrontar isso com a situação da minha casa, os próximos dois dias parecem que serão uma eternidade!

Mas era necessário fazer essa reforma. E tive de insistir nisso, suportando toda a desordem em que sou obrigada a viver desde os últimos dias...

Toda reforma é assim: uma imagem de desordem, um bocado de exigências, um começo meio revirado. Quando Deus propõe reformar nossas almas, à princípio não entendemos nada. Tudo parece tão sem lógica...

Não tínhamos conflitos com pessoas do mundo e, de repente, nossas ideias começam a se chocar. Tínhamos uma situação financeira plena, estável e, de repente, as condições financeiras começam a apertar. Tínhamos muitos amigos e, de repente, eles começam a se afastar.

Mas que espécie de reforma é essa que a presença de Deus causa? Em vez de trazer bonança traz conflitos? – Alguém pode perguntar.

Sim, traz conflitos. E por que Deus permite? Porque Ele sabe que "a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente" (2Coríntios 4.17).

Quando uma reforma espiritual é iniciada em nossas vidas, muitos valores que pareciam infalíveis passam a perder status para nós. Muitas motivações entram em choque com as razões de Deus que passam a fazer parte do nosso dia-a-dia. Nossas prioridades são revistas e reorganizadas, de forma a estabelecer a primazia daquilo que condiz com a boa, perfeita e agradável vontade de Deus. E quando isso acontece, o mal não fica nenhum pouco satisfeito.

Insatisfação do mal a nosso respeito é sinônimo de conflitos para nós. Investidas e perseguições do maligno, atitudes revoltantes da parte de gente usada por ele, batalhas interiores. Se nós não estivermos seguros na pessoa santa e adorável de Deus e em Suas promessas, é nesse ponto que deixamos de superar limites e passamos a nos entregar às circunstâncias. É nesse ponto que abrimos mão da graça e voltamos ao próprio vômito (2Pedro 2.20-22).

Portanto, ainda que as reformas a que Deus nos chama pareçam doloridas demais, exijam renúncias, exercício da fé, entrega e obediência ao Senhor, submissão do nosso eu à Sua reta vontade, lembremos da glória que virá depois: Ser uma nova criatura, regenerada de Deus à Sua imagem e semelhança, dias de paz e perspectivas maiores aqui, e vida eterna mais adiante.

Tenhamos sempre em mente que "as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada" (Romanos 8.18).

Eu estou suportando a bagunça física porque almejo uma casa renovada. Mas a casa que Deus tem para nós é muito mais linda e cara: é totalmente refeita aqui, e perdurará para sempre, no Céu.

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